História
Publicado em 30/05/2019

HISTÓRIA DA CIDADE DE ARINOS-MG

ARINOS é um município brasileiro da região noroeste do estado de Minas Gerais, e sudeste do Brasil, atualmente é o 6° maior município de Minas Gerais em relação à extensão territorial.

Os contos históricos nos alimentam que antes da chegada dos portugueses em terras brasileiras, o noroeste já possuía várias trilhas por onde transitavam os índios habitantes dessas terras do famoso Pau-Brasil.

É através desses nativos(índios) que surgem as primeiras interpretações do nome do “Rio Urucuia”, antes conhecido de Rio Urucum, que traduzido que dizer “Rio Vermelho” ou “Águas Vermelhas”, na linguagem dos índios caiapós. Com a mistura das línguas dos tupis e guaranis a palavra tomou a versão do atual Urucuia. Os primeiros homens Urucuianos foram encontrados entre os anos de 1636 (Paulo Beltran, 1997). Segundo o maestro Armênio Graça Filho (2004) em seu trabalho, Nas trilhas do Grande Sertão (2004), o Grande Sertão constitui uma “região Cultural”, que sofreu a influência civilizatória do bandeirante paulista, o nordeste pastoril e o administrador colonial mineiro, sendo os formadores dos DNA’s culturais da região.

Os Bandeirantes paulistas por volta de 1743/44, no século XVIII, foram provavelmente os primeiros desbravadores desta região, à procura de pedras preciosas. Presume-se também que antes dos bandeirantes, índios nômades, negros fugidos da escravidão e foragidos da justiça, teriam em princípio, habitado por esta localidade.

Com relação a Arinos, tudo começa em Morrinhos, sabe-se que seus primeiros moradores foram posseiros e depois fazendeiros, comerciantes, agricultores e pessoas com outras atividades, tidos como iniciadores da povoação que chamaram arraial de Morrinhos.

Desenvolvia-se naturalmente o povoado de Morrinhos, com sua população voltada principalmente para as atividades de agricultura e pastoreio (criação de rebanhos), até que o então distrito sentiu-se desprotegido pelas autoridades, carente de justiça e infestado por assassinos e desordeiros.

Em decadência, seus moradores se viram forçados a abandonar Morrinhos, deslocando-se para a margem esquerda do rio Urucuia. Ergueram nova capela no ponto mais elevado da fazenda Ipoeira. Surgia assim um novo povoado nos idos de 1800 no século XIX, cujo crescimento foi acentuado.

O novo arraial denominado Barra da Vaca, primeiro nome do atual município de Arinos (isso porque no Rio Urucuia tem uma barra (vereda) onde havia grande chance das vacas atolarem). Possuía o antigo arraial, no início do século uma escola, uma capela, uma pequena casa comercial e um estaleiro, destinado a fabricação de embarcações que representavam o elo de intercâmbio comercial entre a Barra da Vaca e os Municípios de São Romão, São Francisco, Pirapora e Januária, pelo rio Urucuia.

Quanto ao surgimento da cidade de Arinos temos o relato mais conhecido escrito por Napoleão Valadares, que nos conta que em meados do Século XIX veio de Pompéu para o Vale do Urucuia Pedro Cordeiro Valadares, neto de Joaquina do Pompéu. Com Pedro Cordeiro vieram da cidade de Pitangui-MG, Manuel Fonseca Melo e Antônio Fonseca Melo (irmãos). Manuel teve um filho, também chamado Manuel, conhecido como Neco. Neco casou-se com Procópia Carolina Marques, eles foram os primeiros habitantes da Barra da Vaca, onde fixaram residência em 1.902 e tiveram quatro filhas, entre os quais Francisca, que se casou com João Nepomuceno dos Prazeres, do relacionamento teve como filha Hermenegilda, conhecida como Cabocla. Todos esses continuaram morando na Barra da Vaca, que em breve se transformaria num povoado. Os meios de transportes da região eram o carro de boi, o cargueiro, o cavalo. 

Em 1922, Saint-Clair Fernandes Valadares, neto de Pedro Cordeiro, construiu uma lancha a motor, que fazia o percurso pelo rio Urucuia até São Romão.

A região pertencia ao Município de Paracatu e se chamava Conceição dos Morrinhos. Mais tarde, em 1.923, através da Lei estadual 843 de 07/07/1923, passou a distrito de São Romão, e o arraial da Barra da Vaca recebeu o nome de Arinos, em homenagem ao escritor Afonso Arinos.

No ano de 1.925 foi fundada a primeira casa comercial por Crispim Rodrigues Santana, hoje  atual Museu Histórico de Arinos, que foi a residência de Crispim Rodrigues Santana e Ponciana Rodrigues Santana. A Casa Santana atualmente é  de propriedade do Sr. Joaquim Rodrigues Santana, único filho vivo de Crispim Rodrigues Santana.

Quando se fez a divisão da fazenda Ipoeira, em 1.929, Saint-Clair Fernandes Valadares doou à Câmara Municipal de São Romão a área de 48,40 hectares de terra destinada à sede do distrito. Ajudado pelos fazendeiros, José Gomes Viana (Zeca, possuidor do primeiro rádio do município de Arinos), o segundo comerciante do lugar que construíram em 1.951 a Igreja de Nossa Senhora Aparecida.

A travessia no velho porto da Barra da Vaca fazia-se em canoas e barcos de madeira. Em 1.962 instalou-se ali uma balsa que serviu à população até a inauguração da ponte sobre o rio Urucuia (5 de dezembro de 1978).
Pela Lei Estadual n.º 20.764, de 30 de dezembro de 1962, o distrito foi elevado à categoria de município. Adquirindo administração própria, Arinos teve como Intendente José Oliveira de Carvalho, no período compreendido entre 1º de março de 1.963. Exerceram o cargo de Prefeito Francisco Fernandes Valadares (por duas vezes), Salustiano Rodrigues Santana (por três vezes), Juarez Valadares Carneiro, Benedito Pires Durães, Antônio Ferreira de Almeida, José Idelbrando Ferreira de Souza, Darci Calabró de Oliveira, Carlos Alberto Recch Filho (2005 a 2.012), Roberto Sales (2013 a 2016) e atualmente Carlos Alberto Recch Filho desde 2017.

A reserva Biológica Sagarana, regulamentada pelo Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais (IEF), constitui o principal patrimônio natural do município.

Aniversário: 01 de março.

Gentílico: Arinense.

Região: Noroeste de Minas Gerais; Brasil.

Distância até a capital estadual Belo Horizonte: 655 km.

Distância até a capital federal Brasília: 260 km.

Área: 5.322,80 Km².

Altitude: 927 metros acima do nível do mar, local, Serra do Meio.

Clima: Tropical semi-árido.

Temperatura: mínima registrada, 7,1ºC, 18/07/200.

Temperatura máxima registrada, 41,7°C, 28/10/2008.

Acumulado de Chuva em 24 horas: 109,8 mm, 10/12/2002.

População: 18.210 habitantes, 2016.

Rodovias de ligação: MG 202 e BR 479.

Vegetação: Cerrado.

Banhado pelo Rio Urucuia, afluente do Rio São Francisco.

Economia: Pecuária de corte e leite, agricultura, comércio local, pequenas indústrias e funcionalismo público municipal, estadual e federal.

Por, Ricardo Lourenço Neto, Professor de História, Secretaria Municipal de Cultura. Arinos-MG, 13/06/2017.

BIBLIOGRAFIA:

ATLAS – 2.000
Durães, Oscar Reis. Raízes e Culturas de Buritis no Sertão Urucuiano. Brasília: Linha Gráfica Editora, 1996.
Graça Filho, Armênio. Nas trilhas do Grande Sertão – 2004
Instituto Mineiro de Agropecuária – Arinos/MG
Spagnoulo Souza, Marcos. Arinos: Vidas Vividas. Arinos: 2000.

Valadares, Napoleão. Arinos: História de Arinos. Arinos: 2013.

Instituto Nacional de Meteorologia(Inmet).

Biblioteca Municipal de Arinos-MG.

Museu Histórico de Arinos-MG

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE).

Arthur Aguiar de Castro, professor de História.